Um aplicativo está causando polêmica nos últimos dias e virou o principal assunto em grupos de pais e mães. Disponível para Android e Iphone (iOS), o Simsimi conquistou crianças ao promover um diálogo em tempo real com um personagem amarelo com fisionomia divertida. Contudo, apesar do visual “fofinho”, as mensagens trocadas no decorrer da interação são assustadoras e preocupantes. Isso porque, entre os assuntos das conversas estão incentivos ao suicídio, ofensas e ameaças de estupro.
O app desenvolvido pela empresa Simsimi Inc. pode ser baixado de forma gratuita na Play Store ou Apple Store. O aplicativo consiste em um chat robô capaz de conversar com os usuários e que utiliza recursos da tecnologia de inteligência artificial para aprender as respostas dos usuários e, assim, aumentar a base de dados, criando respostas com piadas e até mesmo ofensas.
App faz criança interagir com o “diabo” e faz ameaças de estupro. (Foto: Reprodução/Simsimi)
O Simsimi já possui mais de 50 milhões downloads na Play Store e possui classificação etária para maiores de 16 anos. Mesmo informando uma idade inferior, ao fazer o cadastro no aplicativo, é possível fazer o download e usar livremente. Nas informações do app está o alerta para conteúdos que contém violência, conteúdo sexual e drogas, o que não tem impedido os pequenos de baixarem e utilizarem o app, como é o caso de uma criança que utilizou o Simsimi e recebeu ameaças de morte.
App faz criança interagir com o “diabo” e faz ameaças de estupro. (Foto: Reprodução/Simsimi)
Em um relato no Facebook, a mãe conta que o chat robô ameaçou matar a criança e toda a sua família. “Esse app é como se fosse um amigo virtual, daí a criança vai interagindo com esse tal amigo, até que chega uma hora que ele se diz o demônio e que vai matar a criança e toda sua família. A criança quer sair do jogo, ele diz que vê a criança pela câmera frontal”, diz a mãe que não foi identificada.
Após uma série de boatos a respeito do aplicativo, a gerente de projetos em tecnologia, Bárbara Lima, decidiu baixar e testar a ferramenta. Bárbara Lima é mãe de um menino de três anos e conta que se surpreendeu com o conteúdo encontrado. “Recebi mensagens muito pesadas e ofensivas, principalmente para crianças”, declarou. Após o ocorrido, a gerente de projetos decidiu alertar outras mães sobre o aplicativo específico.
App incentiva usuário a cometer suicídio. (Foto: Reprodução/Simsimi)
Dicas
O site Techtudo publicou algumas dicas para as mães e pais que desejarem proteger os filhos de conteúdos ofensivos no aplicativo. Veja as dicas:
1. Remover termos ofensivos e palavrões
Para isso, acesse a opção “Configuração”. Em seguida, em “Usar palavras ruins”, arraste o “termômetro” para baixo até “Quase nunca”. No entanto, isso não significa que palavrões e termos obscenos deixarão de ser exibidos, mas aparecerão em menor frequência.
2. Proteger nomes
Na janela do chat, clique no ícone de três pontinhos no lado superior direito da tela. No menu que surgir, vá em “Nome Proteger (Beta)”. Escreva os nomes que o app não deve usar nas conversas nos campos "Seu nome" e clique em "OK". Caso forem nomes comuns ou de artistas, a ferramenta não removerá e vai sugerir o envio de um e-mail para a fabricante com a solicitação.
3. Reportar uma frase
Caso receba uma resposta desagradável, basta pressionar o balão referente à frase por alguns segundos, e acessar o recurso “Phrase Info”. Nessa área, é possível reportar o item ao clicar em “Não diga Isso!”.
Depois informe sobre o problema e, em seguida, clique em “Aconselhe SimSimi a não dizer isso”. Caso haja mais denúncias, o termo deverá ser removido do sistema.
4. Apagar conversa e excluir app
Para apagar uma conversa, acesse novamente o menu lateral e selecione “Retirar conversa”. Por fim, vá em “Apagar.
Os usuários preocupados podem desinstalar o aplicativo no Android e também no iPhone. Vale lembrar que a aplicação não é indicada para menores de 16 anos. Portanto, se o seu filho não tem a idade apropriada, o recomendado é excluir o aplicativo do aparelho. Como o programa não solicita dados de login nem utiliza informações de serviços terceiros, como Facebook ou Gmail, não há a opção de excluir a conta.
Por: Nathalia Amaral e Breno Cavalcante